Aula de teatro, no dia 29/03/12
Muita agitação com atenção! Quer dizer, a agitação não impediu da aula acontecer com qualidade, mas deu trabalho…
Nesta aula, como na aula anterior, começamos com a brincadeira do mosquito africano. Antes fizemos uma rápida apresentação, cada um falou seu nome, pois chegaram dois novos/as amiguinhos/as: a Isabela e o Serginho.
Esbarramos em muitas dificuldades: jovens desatentos/as porque o interesse nas conversas paralelas era muito grande; alunos/as novos/as que não conheciam o jogo; alunos/as antigos/as que estavam dispersos/as. Havia algo no ar que a Márcia não conseguiu identificar: Pedrinho e Ruan elétricos… Pois é, mas aconteceu!
Depois, experimentamos uma brincadeira ensinada pelo maranhense Tião Carvalho, em uma oficina dada em Florianópolis… Dizem que apenas dois bichos ficaram para trás e não entraram na Arca de Nóe. Eles eram um casal de “capelens”. Mas, como não entraram na Arca, ninguém sabe muito bem como eles eram. O que a gente faz na brincadeira é imaginar como seria esse casal. A partir de um círculo, para cada pessoa que entra na roda, todos/as, inclusive quem entra, cantam esta música e encenam os seus personagens.
“Lá vem o crocodilo
O orangotango
A águia real
As duas serpentinhas
O gato
O rato
O elefante
Não faltou ninguém
Só não vieram os dois capelens”
Em outras palavras, entra um por vez na roda e faz os movimentos de todos os bichos e no final cria o capelem. Na roda, todos os participantes cantam e fazem também todos os movimentos. Todos/as já conhecem os movimentos do crocodilo, do orangotango, da águia real, das duas serpentinhas, do gato, do rato e do elefante, mas do capelem não. Cada um que entra tem que inventar qual seria o movimento do capelem. Os de fora, na roda, imitam, então, o movimento, ou a dança criada. Surge cada capelem! Dá de tudo um pouco: uns muito esquisitos, outros bastante engraçados… Teve até um suicida, que se jogou no chão de um jeito, que achamos que tinha se quebrado todo. Que nada, era quase de borracha! Tiveram aquelas crianças que ficaram envergonhadas e não quiseram participar. De todo modo, elas não tiraram os olhos dos capelens. Mostraram-se atentas e alegres. Tiveram, também, aquelas que foram entrando aos pouquinhos e, com um pouco de vergonha – tão envergonhadas quanto seus capelens –, brincaram até o final.
Depois, a proposta foi andarmos pelo salão e, ao ouvirmos uma palma dada pela Márcia, tínhamos que parar. Se ouvíssemos duas palmas, voltávamos a andar. Em suma: uma palma congelava e duas andava.
Aos poucos a brincadeira foi ficando mais complexa. Andávamos, ficávamos congelados e, quando ela começava a contar até dez tínhamos exatamente dez tempos para formarmos imagens. Primeiramente, ela nos pediu para formarmos duas cobras ao mesmo tempo. Um grupo fez a cobra com as pessoas em pé e o outro com as pessoas deitadas. Que correria para as cobras ficarem prontas no tempo certo! O Nado, de fora fotografando, vinha conferir se as cobras, realmente, pareciam cobras.
Depois a Márcia pediu para fazermos: uma cobra com duas cabeças, uma cobra com dois rabos, trem, casa… No trem, apareceram a chaminé, as rodas, fora o barulho de trem que se fez ouvir. Criar a casa foi a maior dificuldade. Tivemos que dividir o grupo, que foi ficando mais atento, aprendendo a trabalhar em conjunto. O Nado continuava verificando as nossas obras: pediu uns acertos em relação ao trem, deu sua opinião sobre a casa. Tentávamos melhorar, fazendo alguns ajustes. Como reforçava a Márcia, era necessária muita colaboração, sendo preciso que todos/as trabalhássemos juntos/as.
Em seguida, fizemos o jogo das profissões: sentados/as em um círculo, escolhemos algumas profissões a partir das sugestões das crianças: empresário/a, skatista, pintor/a, cozinheiro/a, desenhista, engenheiro/a, jogador/a de futebol, auxiliar de limpeza, desenhista, músico/musicista, modelo, motorista e ator/atriz. O Cléber, então, escreveu cada uma dessas profissões em um papel separado. Estávamos preparados/as para começar a brincadeira: o Moisés foi escolhido para sortear o primeiro papel. Sorteado o papel com determinada profissão, sem que ninguém mais soubesse, a não ser o próprio Moisés, ele, silenciosamente, começou a encenar o ofício. O combinado era que, quem conseguisse descobrir ou imaginar qual era aquela profissão encenada, deveria entrar na cena, sem dizer absolutamente nada e interagir com ele. A Márcia pediu que incorporássemos a idéia de status alto e baixo (patrão e empregado) nas cenas. Completaram esta cena e as outras quatro que vieram depois quatro pessoas no máximo. A Márcia deixava, então, as cenas desenvolverem-se um pouco, o suficiente para que estórias fossem criadas, e abria para aqueles/as que assistiam. Esses/as, por sua vez, faziam as associações entre as estórias e as profissões que achavam ter sido sorteadas e encenadas. No final, os/as atores/atrizes da cena faziam seus comentários. As profissões escolhidas foram: ator (Moisés), skatista (Amanda), jogadora de futebol (Duda), empresária (Mariana) e engenheira (Ana Catharina). Contracenaram com o Moisés (ator no papel de assaltante): Sávio, Mariana e Alan (vítimas); com a Amanda: Nado (policial), Serginho e Pedro (outros skatistas); com a Duda (jogadora de futebol): Iago (goleiro) e Laura (técnica); com a Mariana (empresária): Sávio, Ruan, Iolanda (assistentes) e Moisés (auxiliar de limpeza); com a Ana Catharina (engenheira): Sávio, Laura, Duda e Yolanda (funcionários/as). A maior dificuldade foi escolher quem sortearia a profissão e entraria no jojo, já que os pedidos eram muiiito insistentes e generalizados. O Nado ficou de assumir esta tarefa na semana que vem.
Para terminar: mãos dadas, um círculo, dez passinhos para frente até ficarmos todos/as bem juntinhos/as e um boa noite bem altoooo!
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[Fotos pelo grupo. Texto: Márcia Pompêo Nogueira e RenatA. B. Atualização: RenatA. B.]